Os jogadores do Sporting só terão dois treinos a temer durante a próxima pré-época, com Paulo Sérgio: aqueles que o já confirmado futuro treinador dos leões reservar para o teste do ioiô, uma dura avaliação da capacidade aeróbia, em que cada jogador faz percursos de 20 metros, com o tempo-limite controlado por sinais, a baixar gradualmente, obrigando ao aumento da velocidade. Termina quando o atleta não aguenta mais e desiste - o máximo de resistência ronda os 70 percursos e, normalmente, é alcançado por trincos. "Esse teste aí é duro, bem duro", reconhece Baiano, lateral brasileiro que Paulo Sérgio treinou esta época no Paços de Ferreira. Utilizado por Jens Bangsbo, preparador-físico da Dinamarca campeã europeia em 1992, o ioiô é considerado a melhor forma de avaliar a capacidade dos futebolistas. Nos clubes por onde passou até agora, Paulo Sérgio fez duas vezes este teste: a primeira logo no início dos trabalhos; a segunda, de controlo dos resultados (para verificar a evolução de cada atleta), cerca de mês e meio depois.
Essas serão as únicas ocasiões em que o futuro treinador dos leões deixará a bola de lado na preparação da equipa. Até porque já (quase) ninguém põe os jogadores a correr na mata ou a subir escadas. Desde o início da carreira, no Olhanense, que as pré-épocas de Paulo Sérgio se baseiam no treino integrado, com a parte física em conjugação com as restantes - técnica e táctica. Não deixa de preparar fisicamente a equipa, mas dá-lhe o estímulo do contacto com a bola. Assim dói menos. "São pré-épocas durinhas, mas ele [Paulo Sérgio] tenta sempre meter bola em todos os exercícios", conta Livramento, que ainda foi colega do novo técnico leonino no Olhanense, sendo depois seu jogador em três clubes diferentes: Olhanense, Santa Clara e Paços de Ferreira.
Também adepto do trabalho por sectores, Paulo Sérgio costuma preocupar-se mais com os movimentos ofensivos, deixando os defensivos ao cuidado do seu preparador-físico, Sérgio Cruz - faz sentido, porque o técnico era ponta-de-lança e o responsável pela área física jogava a defesa-central. E é nesses períodos da preparação, de teor táctico, que se nota que Paulo Sérgio tem o culto do posicionamento - partilha-o com Jorge Jesus, por exemplo. O futuro técnico do Sporting preocupa-se muito com o equilíbrio da equipa e, nos treinos de 11 contra 11, pára os exercícios sempre que entende necessário corrigir posições, independentemente de a fase ser defensiva - explica o que fazer para sair rápido para o ataque - ou ofensiva - precavendo reacções eficientes em caso de perda de bola.
"Está sempre atento à organização da equipa. Naquela altura [há seis anos, no Olhanense], mal se ouvia falar em treino por sectores, mas o Paulo Sérgio já o fazia", frisa Vasco Matos, que trabalhou com o técnico no Olhanense e também no Beira-Mar. Para estas indicações, Paulo Sérgio também recorre à tecnologia. O uso de vídeos é uma das formas de mostrar o que quer, tal como a projecção de esquemas preparados em computador - mais frequentes durante o campeonato, todavia -, tendo aqui outra semelhança com… Jorge Jesus.
Pormenores
As pré-épocas de Paulo Sérgio baseiam-se no treino integrado, com a parte física em conjugação com as restantes - técnica e táctica.
Não deixa de preparar fisicamente a equipa, mas dá-lhe o estímulo do contacto com a bola. Assim dói menos.
Também adepto do trabalho por sectores, costuma preocupar-se mais com os movimentos ofensivos, deixando os defensivos ao cuidado do seu preparador-físico.
Tem o culto do posicionamento. Preocupa-se com o equilíbrio da equipa, está sempre atento à organização.
70
Melhores registos no ioiô rondam os 70 percursos, sendo normalmente conseguidos pelos médios-defensivos. Divulgado por um dinamarquês, este teste consiste em percursos de 20 metros, com tempo-limite, controlado por sinais, a diminuir gradualmente. Acaba quando o atleta não aguenta mais.
by:ojogo
Sem comentários:
Enviar um comentário