28 de abril de 2010

Bettencourt: "Tentativa de desinformar e intoxicar adeptos"


Nos últimos tempos, tudo o que acontece é relacionado imediatamente com Jorge Mendes. Qual é o papel deste empresário no actual Sporting?

- Só pode ser brincadeira... Respondendo em duas vertentes: Jorge Mendes é considerado um dos melhores empresários do Mundo e como é que era possível, assim sendo e sendo ele português, um clube como o Sporting não querer trabalhar com ele, ter boas relações com ele? Noutra vertente, o Sporting tem relações com todos os empresários, deve ser o plantel profissional mais dividido entre empresários, ouve todos, trabalha com toda a gente. Essas associações inserem-se numa campanha clara de tentar vincular o Sporting a um determinado tipo de acordos e parcerias. Aquilo que foi feito, mais uma vez, é ridículo e até, em termos de comparação com outros clubes que trabalharam de uma forma mais exclusiva e profícua, para mais com resultados, pois os nossos principais competidores trabalharam e trabalham de uma forma muito próxima, envolvendo Jorge Mendes em muitos negócios que têm sido até belíssimos para essas instituições, só pode ser brincadeira, e de mau gosto, e uma tentativa de desinformar e intoxicar os sportinguistas, pois não há qualquer razão nisso.

- A escolha de Costinha não foi aconselhada por Jorge Mendes? Foi essa a ideia que passou para a opinião pública...

- Passou, porque, de há uns tempos a esta parte, eu ponho o despertador para a mesma hora que o Jorge Mendes põe o despertador. Qualquer coisa que aconteça é o Jorge Mendes. Costinha tem uma grande vantagem. É grande sportinguista, sempre o assumiu, mesmo em condições, às vezes, complicadas, é uma pessoa disponível e, num clube como o Sporting, tem uma outra vantagem, que talvez as pessoas não percebam: não conhece ninguém do ambiente Sporting e isso é meio caminho andado para poder fazer-se um bom trabalho, pois os lóbis e os grupos de influência e de pressão não ajudam a que se faça um trabalho profissional e isento. E o facto de Costinha não conhecer ninguém no Sporting é uma condição para fazer um bom trabalho. Tem experiência, está a começar uma carreira, não sabe tudo e é aí que, em equipa, temos de tirar partido, daquilo que o Sporting tem e daquilo que falta ou achamos que falta. Ele pode integrar-se.

- Mas entrou um bocadinho a pés juntos, como se diz na gíria futebolística?! As pessoas não estão habituadas a um Sporting tão antipático...

- De uma maneira geral, quando alguém tenta fazer um bom trabalho e defender um bocadinho o Sporting, tentam catalogá-lo e pôr-lhe uma foto. Não nego que Paulo Bento foi uma figura incontornável e deixou um trabalho indelével, mas, a determinada altura, levou também com todo o ónus de ser antipático. Se calhar, tem que haver mais gente antipática para não ser só o treinador a ter fama de ser antipático. Acima de tudo, tem de haver gente a tentar fazer um trabalho profissional e isso tem que levar alguma carga de antipatia, porque o grupo também precisa de alguma estabilidade e defesa, que passa por alguma antipatia. Mas, isso não significa que o Sporting não tenha que se virar mais para o mercado, mais para as pessoas. E vejam o esforço que foi feito esta época, em termos de aumento de emotividade. Fizeram-se coisa extraordinárias, embora os resultados tenham tapado muito essa proximidade e vontade, mas há aí um capital, e vocês têm acompanhado alguns dos meus contactos no estrangeiro e em Portugal, vêem que há um capital de simpatia e proximidade desta massa sportinguista anónima, que está aí. Vamos aproveitá-la, pois, assim que os resultados o permitirem, vão voltar a fazer explodir esta massa sportinguista.

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